Médico fundador do laboratório paulista de Homeopatia, sendo considerado um dos maiores médicos homeopatas brasileiro de seu tempo.
Alberto de Melo Seabra nasceu em Tatuí, no dia 5 de fevereiro de 1872. Era filho do coronel Lúcio José Seabra e Ana Carolina de Melo Franco Seabra. Formou-se na Faculdade de Medicina da Bahia com 22 anos, em 1894, defendendo a tese Memória e a Personalidade, que versou sobre assuntos de psiquiatria. Essa monografia teve larga aceitação, e outros trabalhos sobre a mesma especialidade revelaram sua pujante e fecunda mentalidade, a ponto de, apesar de muito moço ainda, ser indicado pelo grande Franco da Rocha para ser médico do Hospital Juqueri. Alberto Seabra também trabalhou na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e ocupou a cadeira nº 74 da Academia de Medicina de São Paulo. O Instituto Pasteur teve em Seabra um dos seus principais iniciadores, ao lado de Arnaldo Vieira de Carvalho, Inácio Cockrane, Bittencourt Rodrigues e outros. Foi, igualmente, um dos fundadores da Universidade de São Paulo e da Academia Paulista de Letras, em 27 de novembro de 1909, da cadeira nº 12, seu sobrenome “Melo” encontra-se grafado com um só “l”. A conversão de Seabra à homeopatia deveu-se à cura de um filho pela terapêutica hahnemanniana, administrada pelos irmãos Manoel e Antonio Murtinho Nobre (1908) – ano luz para a homeopatia em São Paulo. Dessa mudança escreveria Seara de Hahnemann. Seabra, na gripe espanhola de 1918, colaborou com as autoridades sanitárias junto ao governo da época, por intermédio da “gripina”. Esse medicamento, conforme testemunho escrito do secretário de saúde da época, pôde salvar milhares de pacientes da morte. Alberto Seabra escreveu Higiene e Tratamento Homeopático das Doenças Domésticas (1972), com várias edições, estilo escorreito, linguagem leve e agradável. Escreveu em diversos jornais, entre os quais “O Estado de São Paulo”, “A Platéia”, além de revistas médicas e literárias. No Brasil, foi um dos primeiros cientistas a estudar a obra de Freud. Escreveu Fenômenos Psíquicos; Animais que Pensam; A Alma e o Subconsciente e O Problema do Além e do Destino, assuntos teosóficos, espíritas e na esfera do ocultismo; Versos Áureos de Pitágoras foram escritos por um Seabra que, apesar do seu multiforme saber, sentia necessidade de algo, necessidade de preencher o vazio que existia dentro de si, algo que lhe refrigerasse a alma. É também de sua lavra a obra Ensaios do Pan-Americanismo, em 1923. A morte colheu-o no momento em que se entregava a exaustivo trabalho sobre A
Bíblia de Jesus. Restam desse estudo alguns capítulos inéditos. Alberto Seabra faleceu em 11 de agosto de 1934, aos 62 anos de idade. Seu monumento consta a obra de László Zinner (1908-1977), artista húngaro de origem judaica radicado no Brasil desde 1946. No bairro de Santa Cecília em São Paulo um Monumento a Médicos Homeopatas, instalado na Praça Olavo Bilac salvaguarda a memória do tatuiano.